JOGO DA MEMÓRIA

O Professor e a Aluna

Lacrou o envelope com cola. Olhou pela janela. Ainda podia desistir, se quisesse. Se quisesse. Mas não podia. Colocou o envelope no meio do fichário e desceu para jantar.

Ao terminar de ler, tirou os óculos e cruzou os dedos sobre a mesa. Não sabia o que pensar. Seria uma brincadeira?
No dia seguinte soube que não. Quando a aula terminou e depois que todos saíram, ela passou a chave na porta, trancando-os por dentro na sala.
— Leu a minha carta?
— Li – respondeu, enquanto juntava seus pertences.
— E aí?

Evitava olhar para ela; sabia que seria tomado pelo mesmo desejo que sentira ao ler certas passagens da carta: “... posso te levar ao delírio...”, “... você vai sentir prazer como nunca na vida...”. Olhando para ela, ninguém diria que era capaz de escrever coisas desse tipo, até então seu desejo era sublime... será que ela percebia quando ele olhava para suas coxas durante as aulas? Quando se virou para ela, havia baixado a saia e estava tirando a blusa.

Ficou estarrecido, medo e desejo se misturaram assim que ele se aproximou dela, pedindo para que ela se vestisse.
— Aqui, não.
— Onde, então?
— No “Chão de Estrelas”, conhece?
— Já fui lá com meu namorado.
“É uma vadia mesmo”, pensou, mas logo reprimiu o pensamento. Se ela era vadia, ele era o quê? Um canalha que estava se rendendo a uma proposta indecente com sua aluna menor de idade. Treparia com ela, aproveitando-se de seu desespero, pois ela tinha que passar de ano a qualquer preço. Era seu último ano do colegial, depois, a faculdade, iria para outra cidade, quem sabe outro país, e esqueceria aquela sujeira.

No dia seguinte, a última aula dele acabava às 15h. Ela então matou as duas últimas aulas para que pudessem ir ao “Chão de Estrelas”.
No carro, reparou no fichário de Hello Kitty, repleto de corações, sobre o colo dela. Era uma menina. Teve vontade de desistir, passá-la de ano sem a necessidade daquilo, mas seu desejo era incontrolável. Já não sabia se o que o excitava mais era o fato de ela ser oriental ou menor ou o fato de a situação ser uma coisa “imoral”.
Ela sentia o perfume que ele colocara especialmente para a ocasião. “Até que ele tem bom gosto”, pensou. Estava mais calma do que achou que estaria. Olhava o trânsito, as ruas, quase sem estar ali.

Passaram em uma lanchonete para comer algo. Beberam umas cervejas. Agora ambos se sentiam mais à vontade. Ele tentava ser gentil. Ela gostava dele, era uma pessoa legal, só que francês não era seu forte mesmo. Depois de várias notas baixas e uma trepada com o professor, adeus colégio francês!

No início foi um pouco constrangedor, não sabiam por onde começar. Ela tirou a sandália e deixou-a em um canto do quarto, enquanto ele pedia um champanhe pelo telefone, que veio logo em seguida, acompanhado de duas taças. Beberam e, já altos, ele começou a beijá-la no pescoço e, logo depois, procurou sua boca. Beijavam-se primeiro de leve, e depois com vontade, línguas se enroscando. A percepção dela estava lenta, às vezes tudo parecia rodar, realidade e imaginação se mesclavam num ambiente de sonho, estava completamente inebriada. Ele abriu o zíper e conduziu a mão dela para dentro de sua calça.

Acariciando-o, ela cochichou para que ele a chupasse. Então ele deitou-a na cama, acariciando suas coxas, várias vezes desejadas durante as aulas, e baixou sua saia. Beijou suas pernas, coxas e barriga, passou a língua em seu umbiguinho e, com os dedos, acariciou-a entre suas pernas, sobre a calcinha, antes de retirá-la e começar a lambê-la ali, entre seus pêlos macios. Lambeu-a até seu grelinho ficar túmido e vermelhinho, ele estava quase explodindo de desejo. Introduziu um dedinho em sua xaninha bem lubrificada e, enquanto fazia movimentos de vai-e-vem, sentiu que ela gemia baixinho e não pôde mais adiar, tinha de comê-la naquele instante! Sacou uma camisinha do bolso e, depois de tirar, desajeitadamente, calça, camisa, sapato e cueca, colocou a camisinha sabor morango; deitou-se ao lado dela, por trás, e fez com que ela, de lado apoiasse uma de suas pernas sobre ele, e penetrou seu buraquinho molhado e quente, devagar, pois tinha um certo receio de machucá-la.

Ela gemia abafado e ele achou que podia aumentar o ritmo de suas estocadas; foi o que fez, agora acariciando com os dedos seu grelinho ainda mais inchado. Depois de um tempo, ele quis mudar de posição e aproveitou para tirar a blusa e o sutiã, chupando seus mamilos durinhos. Ficou por cima e encaixou-se nela, beijando-a na boca com desespero. Ela mantinha os olhos fechados, talvez imaginando outra pessoa ali com ela, talvez para sentir mais prazer, nem ela sabia. O gozo dele veio logo, o dela veio em seguida. Depois disso, permaneceram deitados.
Entorpecida, ela conseguiu dizer:
— Tu es vraiment magnifique! – e riu. Essa frase era dele.

Era o que ele dizia em sala quando alguém acertava uma pergunta.


No último dia de aula, ela foi até o mural para ver a nota da prova de recuperação que havia feito dias antes: DEZ.


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